D'APRÈS Um Vicente, algures entre LISBOA - LONDRES - XANGAI - BRUXELAS

sexta-feira, dezembro 24

Natal

Desejo-vos a todos,


Um




Feliz


Natal


e um


Super


2005


segunda-feira, dezembro 20

Newcastle upon Tyne

My friends,

O regresso a Newcastle foi breve mas gostoso! Foi a primeira vez que lá regressei depois da minha cerimónia de graduação. Fez esta semana exactamente dois anos e, confesso-vos, deu-me um pouco de nostalgia do excelente ano que ali passei, um dos melhores desde que me lembro, em todos os aspectos!

Sexta de manhã fui passear pela área da cidade onde se localiza a Universidade de Newcastle (há uma outra na cidade chamada Universidade de Northumbria), estava quase tudo vazio porque já começaram as férias do Natal. Aqui vão algumas fotos do campus,



do edifício da associação de estudantes (que tem 3 andares, várias lojas e um sem número de serviços e núcleos),


do meu departamento (de Economia Agrícola e Marketing Alimentar),


e do pub onde costumava ir em algumas sextas feiras depois das 6, ponto de encontro dos portugueses e brasileiros a estudar na cidade - o nome é Goose (ganso), e mudou bastante o estilo da fachada recentemente!


Já com alguma fome e com bastante frio (as gélidas manhãs do norte de Inglaterra...) fomos (eu e a Lu) tomar um "continental breakfast" numa tasca onde os trolhas geordies costumam parar, e vejam bem a bomba proteica que nos foi servida:


Depois fomos dar um passeio pela cidade, queria ver se estava tudo na mesma! :) O edifício do "civic centre" continua no lugar,


e as ruas do centro também.



Numa das ruas principais da parte histórica (se assim se pode chamar) figura uma placa na fachada do café Blakes, que marca a presença de um dos nossos maiores escritores na cidade: o Eça de Queiroz. A placa foi inaugurada durante o ano de 2001/2002 por iniciativa do centro de Língua Portuguesa da Universidade de Newcastle, evento a que eu tive o prazer e previlégio de assistir.



Segundo se pode ler, os 4 anos que o Eça residiu no 1º andar deste edifício foram dos mais produtivos da sua carreira literária (1874-1879). A razão da sua estada em Newcastle deveu-se a ter sido nomeado Cônsul de Portugal na cidade, numa altura em que esta era um importante porto naval e uma das "capitais do carvão" da Europa. Suspeito que como a cidade era pequena (ainda mais o era no fim do séc XIX), o clima péssimo, e a atmosfera da cidade não muito cativante para uma figura mais habituada à sofisticação de Londres e Paris, o Eça se tenha "voltado mais para dentro" e para o trabalho, e posto de lado os diletantismos lisboetas.

A propósito disto, uma pequena reflexão. Isto de estar longe do país natal e num ambiente exterior menos familiar também ajuda a criar este efeito. Em mim, pelo menos. Relacionado com isto, fui outro dia fui ver um filme chamado "Before Sunset", sequela de um outro que passou há uns 10 anos atrás chamado "Antes do Amanhecer". Para além de achar ambos os filmes cinco estrelas, mesmo muito bonitos, houve uma ideia neste último que achei piada. A certa altura, numa conversa no café, a Julie Delpy conta ao Ethan Hawke que esteve em Varsóvia durante umas semanas e que foi uma experiência bastante peculiar. Não percebia nada do que estava escrito nos jornais, não entendia as pessoas, não entendia o que via na TV nem na publicidade. E durante esse período, com o seu mundo interior bastante desligado do que a rodeava, deu por si a pensar e a reflectir mais do que o normal em Paris, a olhar para a realidade que deixou para trás de forma mais crítica e clara. Principalmente não se sentia atordoada pelo bombardeamento constante de mensagens publicitárias, de estímulos dos media, etc... Isto fez-me lembrar que senti o mesmo quando estive na Hungria durante uns poucos dias (lembras-te, Barrigadura?), e em menor escala aqui em Londres. Aqui não se trata do mesmo porque entendo a língua e em parte a cultura, mas ainda é bastante diferente de Portugal e isso causa em mim algum efeito introspectivo. E vontade de comparar e comunicar. Quem tem beneficiado com isso é o blog! Conclusão: mau clima e ambiente estranho são factores positivos para a actividade intelectual :)

Voltando ao passeio por Newcastle, continuámos a andar e fomos parar ao quayside, a zona perto do rio Tyne. É nesta zona que se localizam os pontos mais emblemáticos da cidade, a ponte antiga (com um barco por baixo que, na verdade, é uma discoteca manhosa chamada The Boat),


a Millenium bridge (com um português ainda meio a dormir e cheio de frio, brrr...),



do outro lado do rio o Baltic Museum de Arte Contemporânea, localizado numa antiga fábrica de moagem de cereais,


e para terminar o Sage Concert Room, o mais recente projecto do Norman Foster que vai abrir em Janeiro na zona sul do rio (a Gaia ou Almada de Newcastle, chamada Gateshead), e inclui duas salas de concertos e uma grande sala de conferências.



Quanto a mim há poucos edifícios que tenha visto com um ar tão futurista, parece um verme gigante feito de vidro espelhado! É interessante que a cidade continue a evoluir e a mudar de um típico centro industrial para uma cidade moderna de perfil mais elevado. Ainda têm muito que fazer mas estão no bom caminho!

Para terminar, o principal motivo que me levou à capital do Nordeste de Inglaterra: o jogo Newcastle-Sporting. Comprei uns bilhetes sem ligar muito para a localização e acabei no meio dos adeptos do Newcastle e a ver a Juve Leo do outro lado do estádio. Escusado será dizer que eu e a Lu mantivemos o nosso low-profile o jogo todo (apesar do nosso lindo cachecol verde e branco estar bem à vista, obrigado ao SB), que estes tipos do Norte exaltam-se com pouco...principalmente com o futebol (os adeptos do Newcastle são conhecidos por Toons).




Em jeito de crónica desportiva, a qualidade do jogo foi um pouco fraca, e acho que principalmente por causa do Sporting - que pastelões!! Jogar com três centrais contra aqueles mineiros, que falta de ambição! Acho que tiveram medo de arriscar, já iam com a ideia de que o empate era um bom resultado apesar de dizerem o contrário para a comuniação social. Eu e os outros 99 adeptos leoninos no estádio é que não ficámos muito contentes! Temos claramente melhores jogadores, melhor equipa, melhor treinador (não porque o Peseiro seja um génio, mas porque o Souness é bem abaixo da média), mas de certeza pior atitude que o Bellamy & co. Alguns jogadores estiveram bastante bem, como o Enak, o Custódio, o Paíto, o Rocha (apesar de um pouco gordito) ou o Liedson. Mas o Pinilla, onde é que o gajo aprendeu a jogar à bola, que miséria, não acerta uma!? E o Tinga, como é que é possível correr tanto e produzir tão pouco jogo jogado? E o Rogério, parece que também lhe anda a dar bastante nos croissants como o Barbosa!! Espero que as coisas melhorem nos tempos mais próximos com o regresso do Martins e do Viana à equipa principal. O Benfica é que não parece ter grande salvação...

Ficam também algumas fotos do estádio (um dos maiores que vi em Inglaterra, talvez só o do Arsenal seja tão grande - depois escrevo mais sobre isto) e do bar do Shearer que vai abrir em Janeiro no edifício do estádio. Isto é que é saber preparar a reforma!




Voltei a Londres sexta à noite depois de uma viagem de 6 horas (Newcastle é mesmo a Bragança de Inglaterra...), e já me estou a preparar para chegar a Lisboa na terça.

E com a Eva e o SR, tudo bem, estão melhores? Comida da cantina, sacumé...

Abraços e até breve,

PS: Passou esta noite na TV um excelente documentário sobre a história do Projecto Live Aid em meados dos anos 80. Lembram-se da canção "Do they know it's Christmas?" que agora está aí outra vez, 20 anos depois? Pois bem, o Bob Geldof é sem dúvida um herói dos tempos modernos! Eu sabia alguma coisa das peripécias que o projecto envolveu na altura, mas não tinha ideia que o tipo afrontou directamente a Margaret Thatcher (que sendo formada em química não queria aceitar que a manteiga poderia ser enviada para África e consumida sem se estragar, e também não queria isentar do IVA o disco), o presidente da BBC da altura (que não queria pôr no ar a canção), os directores de alguns tablóides (que são uns cabrões de primeira!), mentiu às cadeias de discos para que comercializassem o single sem cobrar margens de lucro, ofendeu o ditador militar da Etiópia (chamou-lhe "cunt" na cara!) e discursou no Parlamento europeu a criticar de alto a baixo a PAC como uma das responsáveis pela fome na Etiópia e em África. A iniciativa tomou proporções e teve repercussões enormes na política internacional, mas começou de forma bastante espontânea, com o Geldof a telefonar aos amigos pop stars para gravarem uma canção de Natal! Já não via há muito tempo imagens dos 80's, de figuras tão marcantes quando era um jobenzito como os Duran Duran, Spandau Ballet, Status Quo, Bananarama, Boy George, Police, U2, Wham e por aí fora. Que roupas, meu Deus! Que penteados aqueles tipos tinham! Mas acho que uma das melhores coisas que os britânicos nos têm vindo a dar nos últimos 25 a 30 anos são estes cromos! Curto bué!!! Para além disso também foi interessante ouvi-los dizer que uma das coisas que mais os inspirou para transgredirem as convenções tradicionais foi o clima social dos anos 80: o Thatcherismo, a privatização de muitos serviços públicos, o enriquecimento de alguns e a pobreza de muitos, e principalmente os valores culturais dominantes da altura - a lei do mais forte, fazer dinheiro a qualquer custo, individualismo extremo and so on! E acho que a música (muitas vezes de péssima qualidade) e a atitude deles (sem nenhum pudor de mostrar tarem-se positivamente "a cagar no sistema", nas regras, mas ir sempre inovando no estilo) passou fronteiras e influenciou muita gente por toda a Europa (pelo menos em Portugal de certeza!). Curioso é que o Bob Geldof, sendo um dos menos marcantes artisticamente, foi sem dúvia o que mais marcou politicamente os últimos 20 anos juntamente com o super-Bono, claro!

domingo, dezembro 12

Pubs

Excelsos,

O Pub é sem dúvida um dos mais importantes refúgios do macho britânico!

Acho que se deixassem de existir sentir-se-ia um vazio muito grande na sua vida quotidiana, o que fazer depois das 5?? Ir para casa aturar a mulher e os filhos?? E ao fim de semana, sem os jogos de Futebol da Premier League na Sky Sports, seguidos dos jogos de Rugby, que vêm antes do Cricket e das corridas de cavalos? Como seria ter de passar a tarde de sábado com a mulher às compras e os domingos a passear no parque com a família?? Seria pôr em causa toda uma cultura masculina sedimentada ao longo dos séculos, os valores tradicionais que são o tijolo e o cimento da sociedade - enfim, uma heresia!!

Dado o melindre e a importância sócio-cultural (e quiçá religiosa) deste tema resolvi tirar umas fotos e escrever um pequeno post sobre o assunto.
A abundância de pubs em Londres (e no Reino Unido em geral) é enorme, talvez não tão grande como a dos cafés e pastelarias em Portugal, mas aproximada. Nunca são é estabelecimentos muito pequenos, frequentemente ocupam edifícios de até 2 andares.

Uma das diferenças mais marcantes com os locais do género em Portugal é que todos os pubs são temáticos. O tema de cada um tem principalmente a ver com o próprio nome (que na maior parte dos casos está escrito na fachada principal com letras douradas - deve ser para combinar com a cor da cerveja...), mas também com as imagens associadas a esse nome. Em geral está sempre pendurada uma placa por cima da porta principal de cada pub com uma pintura ou desenho que ilustram o nome.
A maior parte dos temas têm a ver com assuntos relacionados com a História e cultura britânicas. Aqui vão alguns exemplos:

- Aristocracia e figuras históricas (Duke of Wellington e Admiral Nelson)




- Profissões (Chelsea's Potter e The Airman)




- Temas náuticos (Old Ship)


- Animais e caça (Dog & Fox, Red Lion e The Owl and the Pussycat)






- Temas satíricos (Dirty Dicks, Bishop's Finger e The Duke's Head)






Claro que em Portugal também temos templos masculinos de grande calibre onde a fauna do bairro costuma parar: entre estes importa distinguir o "Big Bebé" nos Olivais, o "Trinitá" em Queluz, o "Baptista" em Massamá ou a "Tasca do Careca" na Ajuda. Mas o estilo é um pouco diferente, um pouco menos rebuscado no caso português.

Um aspecto característico no interior dos pubs é o facto de o chão estar sempre coberto por alcatifa com padrões e cores normalmente não muito belos. Sempre me perguntei com tanta cerveja que se entorna como é que os tipos limpam as alcatifas, mas dizem que têm serviços de limpeza/lavagem bastante eficientes...
Outro aspecto típico são as mesas, cadeiras e toda a estrutura do bar serem em madeira castanho escura ou mesmo preta. Em suma, a maior parte deste tipo de pubs têm uma atmosfera acolhedora e calorosa, embora sejam em geral pouco iluminados. Durante o dia é quando se nota mais isto, parece que se entra dentro de uma caverna! Neste aspecto são diferentes dos pubs irlandeses, que na maior parte dos casos têm mais bom gosto na decoração dos interiores. As minhas visitas aos pubs têm do meu bairro têm sempre coincidido com os jogos do Chelsea - estes só passam na Sky Sports, pelo que só eu sei porque não fico em casa.

Para terminar, as marcas das cervejas que encontramos também não têm muito a ver com o que temos em Portugal. As mais frequentes são a Foster's (Australiana), a Tetley's (Inglesa), a Heineken (Holandesa), a 1664 (Inglesa), a Guinness (Irlandesa) e a Stella Artois (Belga). As que bebo mais são a Foster's e a Stella. A medida é a PINT, o que significa um copo de cerca de 0,5 lt ou um pouco mais de duas imperiais - beber menos do que a Pint só mesmo as gaijas. Infelizmente Super Bock, Sagres e Cintra é que não estão disponíveis...


Abaixo vai uma foto em que podem ver as costas e o pescoço de um típico habitante dos pubs - são anos e anos que permitem a um inglês adquirir esta constituição física! Faz lembrar o estilo de um personagem dessa sitcom mítica que dava há uns 10 anos na TV chamada "Cheers, Aquele Bar", o Norm. Lembram-se?


Para terminar o post de forma apropriada deixo-vos com um cheers, ou
Saúde a todos!

quinta-feira, dezembro 9

Portugal, China, Reino Unido e Eu ou Retrospectiva e o Dia-a-Dia

Good Old Chaps,

Depois de uns dias sem escrever volto ao frente-a-frente com o monitor para um post mais comprido do que o costume, e se calhar mais comprido do que é razoável. Mas olhem, hoje apetece-me escrever! Vou dividir em várias secções para ser menos cansativo.

Objectivos

Passado pouco mais de um mês da minha chegada a Londres, é boa altura para fazer uma pequena retrospectiva sobre a vida por aqui. Quando decidi vir para Londres estes cerca de dois meses o meu objectivo principal foi estar mais perto da Lu, juntos no dia-a-dia. E tem sido muito bom e reforçado a nossa relação, estamos super contentes!

Outros objectivos um pouco mais secundários que estabeleci para mim próprio eram, por um lado, o de conhecer melhor a cidade (e vivê-la!) e os brits e, por outro, tentar entrar temporariamente no mercado de trabalho inglês (e já agora ganhar uns cobres) e ver como me adaptaria a viver e trabalhar aqui no médio-longo prazo (se outras oportunidades falharem, um plano B é sempre aconselhável!).

Como têm acompanhado, o primeiro dos dois objectivos tem sido plenamente conseguido. Gosto muito de Londres e até ao fim do meu período aqui acho que vou conseguir um diploma de "tours pela cidade". Há muita coisa para ver e descobrir, e desde já digo que espero voltar a Londres mais vezes no futuro se tiver essa oportunidade! É uma cidade vibrante e em que dá gosto estar, e que apesar da dimensão enorme que tem não é de todo opressiva.

O segundo objectivo nem tanto. Fui visitante regular do centro de emprego nas primeiras semanas mas, embora tenha conseguido algumas entrevistas (para motorista, entrada de dados numa empresa de software...), acabei por não arranjar nada. Foi engraçado que nas primeiras vezes que lá fui me perguntavam de onde era. Eu respondia com grande orgulho: "Portuguese!", mas as meninas do centro imediatamente pediam o meu visto de trabalho! Quase todas as "job advisors" lá são indianas (já nascidas ou não no UK, não sei) e tive a nítida sensação de que não faziam a mínima ideia de onde era Portugal. Eu respondia sempre que não preciso de visto porque Portugal pertence à UE, e elas lá iam confirmar com os superiores. Acho que deve ser mais uma vez o meu ar de Berbere que desperta grande simpatia na comunidade islâmica (mais uma vez me perguntaram na rua se eu era árabe!), mas talvez menos no mundo anglo-saxónico (quando digo que sou português a alguns ingleses vem sempre a derrota do Euro à baila, os tipos parecem um bocado doridos :) ).

Enfim, acabei por desistir de tentar encontrar trabalho pelo centro de emprego: uma das razões é porque me parece que quando apresento o meu CV eles me fazem sentir que tenho qualificações a mais para a maior parte dos empregos disponíveis, e se escondo o jogo perguntam afinal o que é que fiz nos últimos anos; outra questão é que para ser motorista (mesmo temporariamente, e há muitos empregos disponíveis nessa área) é preciso ter a carta de condução britânica e para isso tem que se esperar cerca de 3 semanas e pagar 40£ - portanto a ideia foi posta de lado. Nas últimas duas semanas tenho tentado encontrar alguma coisa "porta-a-porta". Fui a vários supermercados entregar CV's e tive duas propostas concretas para começar a trabalhar de imediato: uma do Aldi, mas queriam que trabalhasse todos os domingos e dias de semana à noite o que significaria estar pouco tempo disponível com a Lu; outra do Tesco, na secção de frutas e legumes, emprego que tinha um horário bom, era relativamente bem pago e com perspectivas de subir na hierarquia depois de algum tempo (tive inclusivé uma pequena acção de formação), mas tinha que ficar obrigatoriamente a trabalhar até ao dia 24/12 à tarde e entre o Natal e o Ano Novo também, portanto nada feito.

Por agora já desisti de encontrar alguma coisa já que estou quase de volta a Lisboa. Apesar de não ter sido muito bem sucedido a impressão com que fiquei é que há muitos empregos, a economia está a crescer mais, e é mais dinâmica do que na Europa Continental (está upbeat como dizem por cá), e se quiser ficar em Londres mais permanentemente não é muito complicado encontrar um emprego relativamente bem pago (embora não na área em que estudei). Começar a conhecer pessoas também é importante. Como também já tenho um "National Insurance Number" do tempo em que trabalhei em part-time em Newcastle, é menos uma restrição. Para os de vós que possam pensar remotamente em vir para cá espero que a minha experiência tenha algum interesse, e se quiserem alguma dica digam.

Dia-a-dia, hóbis e relações

Para além de comer e dormir, levar e trazer a Lu todos os dias do emprego, escrever para o blog, andar à procura de emprego e em visitas culturais, há uma série de coisas giras que se tornaram rotinas e que me permitiram conhecer melhor os chineses que vivem comigo e que trabalham na empresa da Lu.

Sábado à noite tem sido o dia do Snooker, estimulado por esse grande evento que decorreu durante o mês de Novembro chamado "UK Snooker Championship" - horas e horas diárias de snooker na BBC em que os grandes mestres ingleses mostraram o que vale o seu taco! Este ano ganhou o Maguire, um puto escocês que limpou o sebo aos grandes astros como o Ronnie O'Sullivan (figura carismática, o jogador mais rápido e espectacular, mas muito emotivo e às vezes perde jogos estupidamente - o pai está preso por assassinato e o rapaz diz que isso lhe marcou a vida...), o Stephen Hendry e o Steve Davis (os jogadores mais cerebrais, cheios de tácticas e de defesas brilhantes), e na final outro puto inglês chamado David Gray (que na minha opinião teve uma sorte do caraças em chegar à final). O snooker jogado foi de alto nível, e nós fomos na onda e também nos mostrámos jogadores de grande gabarito nas mesas do clube "Riley's" em Twickenham (que fica a 15 minutos de onde moro). Passo a apresentar os astros, que vivem comigo:

- Ping, grande jogadora de snooker e, como o nome deixa adivinhar, também do desporto nacional chinês - o ping-pong (o Esteireiro se apanhasse com ela ia ver o que são efeitos na bola...).


- Wan-Wan, com uma visão de jogo só superada pela sua vertigem consumista no capítulo do vestuário e acessórios.


- Mr. Xu, marido de Ping e figura enigmática, com um riso sardónico a acompanhar cada tacada, mas com quem é difícil manter uma conversa de 30 segundos em inglês. É o meu maior adversário, joga de fininho (à Bruno Marques) e normalmente leva a água ao seu moinho.


- Lu Cheng, namorada do Old Vic, e em virtude disso com um nível de jogo em crescendo, é apontada como grande candidata ao próximo campeonato.


- Old Vic, esse mágico! Sem palavras...


- O casal mistério, só conhecidos pelos nomes ingleses que os chineses normalmente adoptam quando vem para o Reino Unido (David e Joy), são raramente vistos e não foi possível conseguir uma foto.

Este tipo de snooker é muito fixe de jogar (nunca o tinha feito em Portugal), principalmente nas mesas grandes. Joga-se aos pontos e cada jogo demora de 45 minutos a 1 hora. Aos aficionados aconselho vivamente!

Outro dos pontos altos da semana é a Quarta-Feira à noite com os colegas de trabalho da Lu. A empresa aluga um ginásio e o pessoal vai para lá fazer Desporto, principalmente Basquetebol, Badminton e Ping-pong. Futebol não faz o gosto desta malta, tenho quase sempre jogado basquet. Não sou grande jogador mas tenho uma vantagem: sou mais alto que a maioria dos chineses e ganho boa parte dos ressaltos. Não sabia é que os tipos jogavam tão bem, parece que o basquet é um dos desportos que mais jogam na escola na China. Há mesmo um exame de lançamentos que eles dizem ser condição essencial para passar na cadeira de desporto. Há uns quantos que jogaram mesmo nas equipas universitárias em campeonatos, é só estrelas! Enfim, tem dado para me manter em forma sem as futeboladas de terça feira à tarde no "pitch" da Padre António Vieira. Já tentei foi jogar badminton mas são todos melhores que eu, eles e elas - não me admira ganharem sempre as medalhas nos JO. No ping-pong é a Ping a dominar, já foi profissional do ofício...

A empresa e os chineses em Londres

A malta de que vos falei acima trabalha toda em funções variadas no head office da empresa Dr. China (nome sugestivo, hum?), que é uma cadeia de lojas na área da medicina chinesa. O conceito que eu saiba não está muito em voga em Portugal, mas aqui há várias cadeias a competir pelo mercado que é crescente. O negócio consiste basicamente nas lojas que estão presentes em muitas high streets ou ruas comerciais do sudeste de Inglaterra (agora também no País de Gales, que se encontra em rápido desenvolvimento e cheio de oportunidades no presente, era uma das zonas mais pobres do Reino Unido) e que oferecem consultas e tratamentos de medicina tradicional chinesa como a acunpunctura, massagens e misturas de chás. Em Portugal funciona mais o esquema de clínicas ou centros terapêuticos, cá é mais lojas mesmo. o Dr. China tem agora cerca de 50 lojas e, pelo que dizem os donos da cadeia, que tive o prazer de conhecer, querem chegar às 100 em 2005. Em termos gerais parece que o negócio vai bem (há muitos velhotes ingleses com dinheiro à procura deste tipo de tratamentos) e pelo que a Lu me diz é bom trabalhar numa empresa em crescimento, em que se está permanentemente à procura de novas oportunidades de expansão e em constante mutação. Ela, com o seu MBA, está como peixe na água. Se quiserem saber mais alguma coisa podem ver o website:

http://www.chinese-herb.co.uk/

Aqui vão também umas fotos que tirei da loja de Wimbledon.




É quase tudo pessoal jovem com cursos de ensino superior em universidades britânicas (maioritariamente em gestão ou contabilidade) que trabalha nas lojas como gestores, enquanto que os médicos vêm todos da China - parte deles nem sabe falar inglês. Como há muita disponibilidade de ambos os tipos de mão de obra (chineses é coisa que nunca falta...) o crescimento deste tipo de empresas tem sido exponencial no Reino Unido.

Os chineses "tradicionais" em Londres e no resto do Reino Unido dedicam-se sobretudo a negócios de restauração e pequenas mercearias e supermercados. Mas quase só dedicados à parte alimentar e não como em Portugal em que têm muitas lojas tipo dos 300, com vestuário, bugigangas e afins. Aqui nessa faixa competem muito com os Indianos e o Árabes e provavelmente ficam para trás.
O chineses mais "modernos", muitos vindos de Hong-Kong (antes e depois da anexação) dedicam-se a todo o tipo de actividades e estão muito bem integrados na sociedade britânica. Muitos são já de segunda geração, conhecidos por "banana" - que significa amarelo por fora e branco por dentro! Até falam com sotaque inglês, o que soa um pouco estranho. Depois há esta onda enorme de estudantes que vêm para Inglaterra à procura dos canudos ingleses e muitos deles acabam por ficar - estes têm estado ligados nos últimos tempos ao desenvolvimento de muitas empresas high-tech e de serviços e-business, o que os coloca a competir directamente com os brits para os bons empregos (acontece o mesmo com os indianos).
Claro que também há os que vem nos contentores, mas isso é outra estória...

Como vêm o panorama é bastante diferente do português, em que a maior parte dos chineses (como de outras nacionalidades do sudeste asiático) encaixa mais no tipo "tradicional".

O Reino Unido e as suas obsessões

Como sabem os britânicos (mais os ingleses do que escoceses, galeses ou irlandeses) têm a mania. Uma imagem cómica que ouvi outro dia a um humorista da TV foi a de que os brits sentem que a sua ilha plana sobre o resto do Mundo orgulhosa e superior, e de vez em quando dignam-se a olhar para baixo e cumprimentar o resto dos seres humanos do planeta com um "Greetings, I say. How are you all down there good chaps? Best regards and dee-de-lee-doo-oo".

Neste seu planar superior interessam-se mais por determinadas zonas do planeta do que outras. Claro que acima de todos os outros países estão os EUA, mas num plano também aceitável encontram-se os países de língua inglesa mais desenvolvidos: o Canadá, a África do Sul, a Austrália e a Nova Zelândia (de onde vêm também as boas equipas de Rugby!). São os países mais vezes referidos e que merecem mais consideração servindo sempre de "benchmark", nomeadamente nas questões económicas porque têm economias liberais e a crescer muito mais do que os países da Europa Continental (parece-me haver um certo desdém pelo modelo social escandinavo, alemão e francês, mesmo por parte das figuras ligadas aos trabalhistas). É a irmandade anglo-saxónica espalhada pelos 4 cantos do globo e que, para o melhor e para o pior, domina o Mundo hoje em dia.

E embora pertencendo à UE não se sentem muito próximos da maior parte dos países que a compõem, na verdade sentem um irritação especial pelos franceses (quando o Chirac veio cá foi uma festa...) mas também pelos alemães, talvez complexos civilizacionais...

Outro dia deu um programa na TV intitulado "Porque é que os alemães são melhores que nós?", em que referiam todo o tipo de exemplos de superioridade dos germânicos: conseguiram reconstruir um país completamente devastado depois da guerra em poucas dezenas de anos e montaram sectores industriais modernos e muitos mais competitivos que os britânicos, enquanto estes adormeceram (até aos anos 90) à sombra da vitória dada pelos americanos; têm bares em Berlim em que não há empregados, as pessoas consomem as bebidas que querem e deixam o dinheiro que acham por bem numa caixa à saída - para os ingleses isso seria impossível, roubavam tudo e destruiam o bar em três tempos; os alemães são muito mais honestos e têm mais sensibilidade artística, pelo que os mais promissores artistas britânicos estão a emigrar para Berlim; e para concluir no programa até diziam que os alemães são melhores na cama!! O programa era uma paródia à volta do complexo de inferioridade mas mostra que estes tipos também sentem uma certa admiração pelos germânicos, vêem-nos como modelo de sociedade civilizada, embora estando sempre contentes por dentro pelo facto de terem ganho a guerra. Dos franceses apreciam o bom gosto e a finesse, mas têm uma repulsa visceral, e não se esquecem do Napoleão nem da vitória em Waterloo. Mas ambos são sem dúvida os seus pares na Europa, em pé de igualdade.

Em relação ao resto da Europa só contam basicamente a Itália e a Espanha, do resto praticamente não se houve falar, são países de importância menor (excepto no futebol claro). No presente acho que a Espanha é o país mais popular para os britânicos. O sonho de muitas famílias da classe média actualmente é comprar uma casa no sul de Espanha (estão baratas) e emigrar definitivamente para mais perto do Med e "vivir la vida loca!". Tá tudo a aprender espanhol, tá na moda. Ficaram foi um bocado espantados com o racismo no Santiago Barnabéu.
A Itália é outro estilo, bella vita mas menos vibrante e mais cara. De qualquer maneira em termos de moda os italianos dominam por cá, e em relação aos restaurantes o mesmo.

Por último, e voltando a um dos temas anteriores, a China. Está muito inglês já emigrado ou com planos de emigrar para lá. A ligação entre os dois países é cada vez mais forte, por via da economia, da tecnologia e também da cultura. Há acordos especiais entre as universidades que possibilitam esta "invasão" de estudantes chineses nas universidades inglesas, que em muitos casos as têm viabilizado financeiramente já que há menos estudantes ingleses e mais universidades. Uma colega da Lu só tinha indianos e chineses na turma, o que a desgostava bastante, diz que parecia que não tinha saído da Ásia.
Mas aparte isto os ingleses têm uma admiração bastante grande e respeito pela cultura tradicional chinesa (não pelo comunismo, claro!). Adoram as porcelanas, o chá, os décors e a filosofia. Quando estou com a Lu e por alguma razão conversamos com alguém inglês (principalmente velhotas) dizem-lhe frequentemente como gostam de viajar na China, como o país é bonito e blá-blá-blá. Pela Índia também nutrem uma certa admiração mas menos fascínio, penso eu. Enfim, nisto tudo também deve haver uma certa nostalgia do Império, como em muitos outros aspectos da sociedade britânica.

Uma reflexão à volta disto é que me parece que Portugal está a passar ao lado de muita coisa e a perder oportunidades de negócio. Em relação à economia por aqui está tudo super-atento ao que se passa no sudeste asiático (China, Coreia, Japão...), nas notícias há frequentemente referências a isso. Pode ser porque o Reino Unido está muito mais aberto ao Mundo do que nós actualmente, mas Portugal parece muito pouco "ligado" em termos empresariais (e consequentemente em termos sociais e culturais). Acho que o Cavaco tem razão nos mercados de exportação que indicou na entrevista ao Expresso de há 2 semanas atrás: Brasil, EUA, China e Rússia (não me lembro se mais algum). O que pensam vocês?

Highgate

Para terminar este post, que já bateu todos os recordes de tamanho, só um pequeno relato da minha visita ao cemitério de Highgate, no norte da cidade. Espanto? Fui lá mesmo só para tirar uma foto à sepultura do Marx, que viveu os últimos tempos da sua vida em Londres.


O que é que isto tem a ver com o resto do post? Não sei, mas acho que sim ;).

Abraço a todos,

Ni hao

PS1: Grande FCP, lá se safou, o Mourinho é amigo! Agora leva com o Onze das Caldas em Tóquio. O PC é que está um bocado entalado, tal como o seu amigo SL. Acham que ambos se safam ou é desta que desaparecem do mapa?

PS2: A empresa chinesa Lenovo, a maior produtora de computadores (hardware) da Ásia, comprou parte da IBM, ao que dizem para conseguir economias escala e mercados internacionais. Tornou-se na terceira maior produtora de computadores do Mundo (atrás da Dell e das "fusionadas" Hewlett Packard-Compaq) embora continue a usar a marca americana. A IBM diz que a partir de agora só se vai dedicar ao mercado de serviços de tecnologia onde estão os maiores lucros. As coisas estão a mudar... Relacionado com isto, já viram o filme-documentário "The Corporation", com o Michael Moore?

PS3: Querem banir os alarmes dos carros no Reino Unido porque dizem que perturba mais o sono das pessoas (e provoca más performances no trabalho e daí problemas na vida familiar (!?)) do que previne roubos. A solução é encontrar novas tecnologias. Que raio de discussão... E as estátuas de cera da Madame Tussaud com o Beckham e a Victoria vestidos de José e Maria no presépio de Natal? Como dizem os ingleses, bloody shocking and preposterous!

sábado, dezembro 4

Chelsea

Oi caras,

O bairro de Chelsea é, como devem imaginar, um dos mais ricos de Londres. Para quem não tem ideia nenhuma acerca da geografia da cidade, este bairro fica localizado na zona sudoeste do centro (embora já esteja um pouco a fugir para os subúrbios) na margem Norte do Tamisa. É sobretudo um bairro residencial e é em parte a localização junto ao rio que lhe dá a graça. A
"avenida marginal" (chamada aqui de embankment) está ligada à margem sul por 3 pontes, a mais gira das quais se chama Albert bridge (fotos abaixo).




Na margem sul fica localizada uma área verde enorme chamada Battersea park onde os chelsenses (já repararam que trocando as letras quase que se pode escrever Chelas, o que tem tudo a ver!) tentam queimar as calorias dos hamburguers e pizzas que comem todos os dias. O sítio é (como costumam dizer os ingleses com um brilhozinho nos olhos) lovely!
Outra das razões pelas quais o bairro adquiriu um certo élan foi por o Henrique VIII gostar muito de lá ir, e por isso ter lá construído um pequeno palácio. A corte claro está ia atrás e se fossem todos como o rei (fisicamente uma figura abundante, para não dizer uma besta, e segundo a História um dos reis britânicos mais bárbaros) o ambiente devia ser só grandes manjares e festa - curtir a vida...
Em parêntesis diga-se que é uma constante no Reino Unido o facto das vilas e bairros mais carismáticos/turísticos o serem porque eram os preferidos do rei ou outro membro da família real - a presença do termo "royal" está em todo o lado. Neste particular sempre achei que os britânicos têm um pouco mentalidade de servo da gleba!

Voltando a Chelsea, o bairro ganhou uma reputação boémia depois desta "preferência real", daí ter atraído artistas e intelectuais desde o sec XVI (como o Thomas More - o da Utopia, que depois acabou por ser condenado à morte pelo Henrique VIII por ter ideias subversivas -, o JMW Turner - o mais famoso pintor britânico -, o Oscar Wilde ou o Mark Twain, no tempo em que viveram em Londres) ao sec XX, e com o tempo tornou-se "trendy" ou "chic" . Isto atraiu os ricos a mudarem-se para lá e os artistas (cronicamente com pouco dinheiro) do tempo presente a rasparem-se para outros bairros. O que ainda há muito são lojas de antiguidades e galerias de pintura, ou seja mercado para a arte e algum mecenato.
Tentando fazer uma comparação (talvez errada), acho que o equivalente Lisboeta seria o Chiado, pelo menos no que diz respeito à atmosfera artístico-intelectual deixada tanto pela Geração de 70, no sec XIX, como pelo Pessoa, Sá-Carneiro ou Almada Negreiros no início do sec XX.




A rua principal de Chelsea chama-se King's road e liga a Fulham road (onde se localiza o estádio, já lá vamos...) com a Sloane Square que é o princípio do centro de Londres. A maior parte do comércio fica localizado nesta rua, onde proliferam lojas pequenas, hoje em dia especialmente de vestuário alto-estilo. Segundo li, parece que foi nesta rua que foram vendidas pela primeira vez as mini-saias e onde surgiu também pela primeira vez a indumentária punk (será que o Sid Vicious concordaria com isto??).
As ruas residenciais de Chelsea, perpendiculares à King's road, são acima da média da cidade. Não me importava nada de ter aqui uma casinha...






Para terminar este relato vamos ao estádio, que na verdade foi uma pequena desilusão. Já fica localizado um pouco fora do bairro, na zona de Fulham, e devo dizer-vos que apesar de relativamente novo (ou renovado) fica muito atrás dos estádios novos portugueses. Em termos arquitectónicos até achei um pouco foleiro! Uma das diferenças é que uma das partes do estádio é um hotel de luxo, que deve facturar pouco, deve... Aqui vão algumas fotos.










Á saida do complexo desportivo-comercial encontrei o Zé Mourinho e fomos beber uma bjeca para a tasca do estádio, à boa maneira portuguesa. Disse-lhe para ele ter cuidado com o Ferguson que ainda lhe vai armar uma ratoeira, mas ele pareceu-me um bocado aluado. Diz que vai ganhar a liga sem grande esforço porque é o maior e ponto final! A meio da conversa apareceu o Abramovich numa Ducatti e o Zé foi a correr para fora da tasca ver a nova aquisição do Romão. O Zé disse-lhe que não curtia muito a cor rosa às bolinhas amarelas e ficaram os dois na discussão sobre qual o novo aviãozinho que vão comprar no Natal. Eu aproveitei e pirei-me dali ;) Gandas malucos!

Por agora é tudo, bom fim de semana a todos, segunda volto à carga

Cheers

PS 1: Um dos acontecimentos da semana em Londres foi o assassinato de um gestor financeiro da City dentro da sua própria casa em Chelsea. Foi uma coisa um bocado brutal e ainda estão à procura do autor e do motivo.

PS 2: A Bombardier também anda a fechar fábricas no Reino Unido (em Derby), devem estar a deslocalizar tudo para a Ásia...

PS3: As coisas em Portugal andam animadas...