East End
Dilecto(a)s
Numa das minhas explorações da cidade de Londres fui parar a uma zona conhecida como East End. Extremo leste porque há umas dezenas de anos atrás era onde a cidade terminava, para lá da qual eram lindos campos verdes, vaquinhas autóctones e umas vilazecas à distância. Hoje as coisas mudaram, as "conurbações" impuseram-se e é tudo urbe com uns parques pelo meio. A estória é a mesma que a de Massamá, ainda me lembro de quando fui para lá morar se tinha que atravessar um morro e uma extensa zona de pasto até chegar à estação de comboios de Barcarena e apanhar o comboio para o Rossio. Até meados/fins dos anos 80 Massamá era uma terreola pequena, até o Pimenta & Rendeiro darem uma volta à questão... E hoje é o que é: 30 mil habitantes engalfinhados uns nos outros cm muitos carros pelo meio!!
Ora os Pimentas & Rendeiros de cá também fizeram o mesmo tipo de trabalho, menos em altura, menos à pato bravo, mas o mesmo efeito de transformação (semi-rural em excessivamente urbano??). Tradicionalmente o east end era a zona onde moravam os trabalhadores das docas, das indústrias pesadas, e nunca foi zona muito recomendável: zona do PUÔBO! Com o fim dos regimes coloniais começaram também a "pintar no pedaço" hordas de imigrantes vindos de vários pontos do Mundo (no caso de Massamá, principalmente dos PALOP). Num museu desta zona encontrei um poster com a importância relativa das várias nacionalidades que ali habitam:
Numa das minhas explorações da cidade de Londres fui parar a uma zona conhecida como East End. Extremo leste porque há umas dezenas de anos atrás era onde a cidade terminava, para lá da qual eram lindos campos verdes, vaquinhas autóctones e umas vilazecas à distância. Hoje as coisas mudaram, as "conurbações" impuseram-se e é tudo urbe com uns parques pelo meio. A estória é a mesma que a de Massamá, ainda me lembro de quando fui para lá morar se tinha que atravessar um morro e uma extensa zona de pasto até chegar à estação de comboios de Barcarena e apanhar o comboio para o Rossio. Até meados/fins dos anos 80 Massamá era uma terreola pequena, até o Pimenta & Rendeiro darem uma volta à questão... E hoje é o que é: 30 mil habitantes engalfinhados uns nos outros cm muitos carros pelo meio!!
Ora os Pimentas & Rendeiros de cá também fizeram o mesmo tipo de trabalho, menos em altura, menos à pato bravo, mas o mesmo efeito de transformação (semi-rural em excessivamente urbano??). Tradicionalmente o east end era a zona onde moravam os trabalhadores das docas, das indústrias pesadas, e nunca foi zona muito recomendável: zona do PUÔBO! Com o fim dos regimes coloniais começaram também a "pintar no pedaço" hordas de imigrantes vindos de vários pontos do Mundo (no caso de Massamá, principalmente dos PALOP). Num museu desta zona encontrei um poster com a importância relativa das várias nacionalidades que ali habitam:
Para além dos ingleses, quem vive no east end em maior número são os Bengalis (do Bangladesh e da Índia), Nigerianos, Paquistaneses, Irlandeses e Árabes. No fundinho também se vê a bandeira de Portugal, pequenos mas sempre presentes!
As fotos que se seguem foram tiradas em ruas no borough de Newham, entre West Ham (a leste do east end) e a fronteira com a City de Londres (a oeste do east end). Mostram um pouco da atmosfera do local e dalguns aspectos característicos das várias culturas.
(loja de Kebabs dos turcos)
(Saris dos Hindus)
(Muçulmanas num mercado local a comprar tecidos, só os olhos estão descobertos)
(centro comunitário dos sikhs)
(os Sikhs, homens sempre de turbante e barba longa)
(nham, nham... comi nesta tasca árabe as melhores chamuças da minha vida!!)
Curti bastante a manhã que passei "imergido" nesta zona. Senti-me ainda mais no estrangeiro do que noutras partes da cidade, mas é giro conhecer zonas menos percorridas e divulgadas.
Uma das questões políticas mais debatidas hoje em dia por cá é o multiculturalismo da sociedade britânica, e os problemas decorrentes da integração (ou falta dela) das minorias. Outro dia deu um documentário bastante interessante no channel 5 acerca do que é ser britânico hoje em dia. O documentarista era um sikh escocês, nascido em Glasgow e com pronúncia de William Wallace que ia perguntando às pessoas na rua se achavam que ele era britânico ou não. A maior parte dizia que não, alguns que voltasse para a terra dele (o pai era paquistanês e a mãe do quénia, onde é que será a terra do tipo??), e ele dizia sempre que torcia sempre pela Escócia no torneio das 6 nações e que se sentia tão brit como os brancos embora usasse turbante e barba. Com muito humor à mistura foi falando com outros britânicos filhos de emigrantes e foi tentando compôr um retrato actual, que com certeza é similar ao da maior parte dos outros países da Europa (incluindo Portugal).
E assim termino por hoje.
Tchau e abraços
NV
PS1: Porto
NV
PS1: Porto
Nas últimas semanas tivemos um problema de saneamento na minha rua. O cano de esgoto entupiu e podem imaginar o efeito que teve nas casas de banho... E é nestas situações que o espírito de vizinhança se fortalece (unidos venceremos, mesmo as ameaças mais pútridas!). Os nossos vizinhos do lado vieram esta semana bater-nos à porta e convidaram-nos para ir a casa deles conversar um pouco. Ficámos a saber que são um casal porreiro, o marido um geordie de Newcastle e a esposa uma mexicana de la ciudad de méjico. Depois de trocarmos umas ideias sobre o que fazer, perguntaram-me de que país eu era (por mais que queira não me consigo fazer passar por inglês...). Quando eu disse Portugal o meu vizinho Newcastelense disse que se tratava de um país muito importante para ele! Eu olhei para o senhor e disse imediata e precipitadamente "because of the Chelsea coach, right?". Estupidez, devia ter olhado para a mesinha perto do telefone onde estava um galhardete do Manchester United. Furthermore, ele fez-me perceber que o futebol nunca seria razão para ter um sentimento tão forte em relação a um país, e disse uma palavra com quatro letrinhas apenas e os olhos a brilhar: "Port!". Agora percebo o que um produto de qualidade pode fazer pela percepção de um país!! O tipo diz que está sempre atento às secções de vinhos dos supermercados e das lojas da especialidade, e quando vê um vintage de um bom ano compra imediatamente. Afinal os ingleses não é so bjecas, há muitos que também se dedicam a enobrecer a sua adega privada. E não há dúvidas que o vinho do Porto é um dos mais fortes laços de união entre o Reino Unido e Portugal. Temos que ver é se lhe impingimos mais coisas ;-)
PS2: Bombaim
Descobri outro dia num documentários que o nome da cidade indiana de Bombaim foi dado pelos portugueses. O nome vem do português "Boa Baía", como sempre relacionado com questões de navegação. O que eu também não sabia é que os indianos mudaram recentemente o nome da cidade para "Mumbai". E assim se vai lentamente erosionando o legado da cultura portuguesa na Ásia...
2 Comments:
O que eu quero mesmo é um "bomba aí" do Roca, quando formos tratar do pelo aos bifes do Boro. Pelo que ví hoje contra os do Villa, não deve ser dificil. O Parlour está com 45 anos e o Jimmy com 44. Mal se conseguem mexer. Vamos ter de jogar com o Barbosa de inicio para eles conseguirem acompanhar o ritmo. Provavelmente a UEFA não nos deixa jogar com o Liedson. É demasiado rápido. Cá te espero para festejarmos a passagem à próxima eliminatória.
3:24 da manhã
Muito fixe este teu último post. O Pimenta e Rendeiro continua a fazer das suas. Agora é a Canhola (ainda te lembras) que está engalfinhada entre prédios. Sair daqui é vital... nem que seja para o East, West End. See ya
12:19 da tarde
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