Casas e Espaços

Olá Môçáda,

Como o título indica, nesta segunda entrada (ou “post”, na linguagem “bloguista”), vou escrever alguma coisa sobre… A começar pela minha própria, ou melhor pela casa onde estou por agora a viver, aqui vão umas fotos,





E já agora também do “quintal” (que precisa de uma aparadela, mas é um espaço muito fixe) e da rua em frente,




Como podem ver o belo do Tijolo Vermelho domina pelo bairro, embora menos abundantemente também apareça um tijolo amarelo acinzentado que dá um ar um pouco mais “cutre” ás casas.
Pelo que pude perceber a razão de tanto tijolo tem a ver com o facto de ser bastante bom isolante de temperatura e por aqui no Inverno é bem preciso manter a casa quentinha… Por outro lado, se o exterior das casas fosse pintado acho que num instantinho ficava escuro por causa da chuva e humidade, tipo Porto tão a ver (como é que os sacanas tiveram o desplante de ganhar ao Sporting?!?)!

O problema de tanta tijolada é que os bairros se tornam um tanto ou quanto monótonos em temos estéticos. Os ingleses devem roer-se de inveja cada vez que vão a Portugal e se passeiam pela linha de Sintra (especialmente pelas Mercês ou pelo Cacém), mais para os lados de Chelas e das Olaias, ou mesmo mais para norte, para os lados de Odivelas. Que criatividade incrível nós temos comparados com eles! Ah!!, aquelas misturas de rosa “choc”, verde “alface” e azul-bebé, ou aqueles prédios com mosaicos exteriores em combinações arrojadas de castanho, amarelo e padrões infinitamente variados! Quanta saudade sinto!! Que bom era pensar que devia ser eu o daltónico e não os construtores civis!!
Mas fora esses “lindos” subúrbios a verdade é que várias zonas dos arredores e centro de Lisboa têm muita piada, prédios muitas vezes com uma arquitectura simples mas leve, alegre e bonita. Aqui há uma certa elegância no traçado das casas, mas a arquitectura cai um pouco num tédio de tijolo.
Uma característica que pontua e contrasta com o tijolo é beleza das janelas (ditas Vitorianas), que têm uma dimensão bem maior do que o normal no nosso país. A luz londrina não é tão branca ou clara, é mais para o azul-acinzentado (principalmente no Outono e Inverno). O interior das casas tem de ser o mais iluminado possível por luz natural, senão as plantas de interior não fazem a fotossíntese J, e as pessoas ficam gloomy…
Outra brilhante característica da maior parte das “british homes” é o aquecimento central. Quando se entra em casa está “quentinho” e pode-se andar sem cinco camisolas e três pares de meias como me acontecia nos dias mais frios em Massamá! Por falar nesse belo aglomerado humano, outra diferença com o bairro onde estou a morar (também um subúrbio) é o facto de não haver essas intermináveis filas de trânsito como acontecia nas vias de acesso ao famigerado IC19. Nas redondezas as casas raramente têm mais de dois andares (em comparação com algumas das torres “massamenses” que chegam aos doze) e as ruas são bem largas e espaçadas. Os carros também não parecem ter grandes dificuldades em arranjar estacionamento, embora me pareça que também funciona aqui o esquema “uma casa, três carros”. Qualidade de vida oblige!

Uma conclusão que já tirei para mim é a de que o desenvolvimento de Londres para os arredores talvez se tenha feito com mais cabeça que em Lisboa, algo que alguns tendem a dar o nome de ordenamento…

Abaixo seguem também algumas fotos do centro de Londres, onde em algumas ruas já há o que se pode chamar de prédios, que raramente ultrapassam os 3 ou 4 andares (excepto na zona financeira, a pujante City no seu esplendor cinzento e espelhado).






Tal como acontece com as casas, os autocarros também são um pouco mais “creciditos” no centro.

A última foto mostra uma rua em Greenwich (com uns guardas a cavalo a servir de decoração), town acerca da qual espero escrever umas linhas nos próximos posts.

Cheers mates,